Lavoura Arcaica: tédio | Eduardo Luedy

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COMENTÁRIOS

Sábado, 13/4/2002
Comentários
Leitores

Lavoura Arcaica: tédio
Daniela Sandler, O assunto talvez já tenha esfriado... mas como só agora pude assistir ao "Lavoura Arcaica", resolvi comentar os comentários que vc fez ao filme. Em primeiro lugar: concordo em quase tudo com o que vc disse. Concordo com a força da cena da capela (sem duvida o melhor momento de Selton Melo), assim como concordo com a observação ao talento de Raul Cortez e com a beleza da música. Mas, diferentemente de vc, não acho que "as virtudes compensem os excessos". A artificialidade do texto (que vc atribui ao "teatralismo" das falas) me entediou profundamente. Quase deixei o filme em sua primeira metade. O que me fez ficar e vencer o tédio? Certamente a interpretação da Spoladore (e, confesso, a tentação de saber no que dariam os desejos incestuosos). Acho que o diretor confundiu as duas linguagens, digo, a cinematográfica e a literária. Pecou por não adaptar o texto para cinema. Ficou forçado e artificial. A crítica do sul do país, quase que sem excessões, "amou" o filme, que se tranformou rapidamente em baluarte e redentor de todos os nossos fracassos fílmicos. Talvez se eu não tivesse sabido de tanta empolgação, tivesse fruido melhor o filme. Nah! O filme é chato mesmo! Um abraço, Eduardo Luedy ps. Gostei muito de seu texto. Vou tentar ler mais coisas suas.

[Sobre "Virtudes e pecados (lavoura arcaica)"]

por Eduardo Luedy
13/4/2002 às
21h50 200.151.208.100
(+) Eduardo Luedy no Digestivo...
 
artigo tendencioso
O Senhor Heitor de Paola (se for esse seu verdadeiro nome, o que muito me surpreenderia) enxerga o mundo sob a ótica sionista (não diria nem judaica, pois há muitos judeus de bom senso, contrários ao absurdo que é o sionismo). Chamar seu artigo de tendencioso, senhor de Paola, é até uma gentileza que lhe faço. O que você escreveu, salta aos olhos, é pura e rasteira propaganda, que constrasta negativamente com o bom nível deste normalmente equilibrado Digestivo Cultural.

[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]

por Toni
13/4/2002 às
17h16 200.154.144.165
(+) Toni no Digestivo...
 
A FAVOR DO LATIM!
Não só as missas em Latim, mas também aquelas composições litúrgicas que, paralelamente a um sermão bem proferido, ajudavam a elevar a alma do fiel (Vá ouvir lobo de Mesquita na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto, que você entende o que eu falo) Foras os violões! Fora as Ministras de Eucaristia! Fora os leigos que pedem um aparte na liturgia! (Você nunca viu isso? Não sabe o quanto você é feliz ...) Fora os que acompanham o padre no caminho até o altar, com maozinhas cruzadas no peito e olhar de falsa piedade!

[Sobre "Reação"]

por Ricardo
13/4/2002 às
15h58 200.227.233.149
(+) Ricardo no Digestivo...
 
Que saudade daquele tempo..
Encontrei essa reportagem sobre ANOS INCRÍVEIS por acaso e juro que deixei de fazer tudo que eu estava fazendo para apenas ler um pouco mais e sentir de novo a maravilhosa sensação de saudade e um pequeno aperto no coração que sinto ao lembra de Kevin se dando mal, de Winie com aquele nariz arrebitado, de Paul com aquela sua ingenuidade e amizade... como eu sofria a cada final de episodio... Passei anos vendo essa série ma TV Educativa. Será que hoje na era do CD, DVD, e sei lá mais o que naum existe alguma obra gravada inteira sobre a série. Se alguém conhece e vir esse apelo meu por favor me mande resposta pelo meu email.

[Sobre "Anos Incríveis"]

por Fabíola Mozine
13/4/2002 às
14h21 200.242.30.192
(+) Fabíola Mozine no Digestivo...
 
Pimenta nos olhos alheios é ..
Estamos testemunhando nesta lista de discussão o microcosmo da realidade sobre o problema em questão. Dentro de cada perspectiva pessoal adotada justificam-se as atitudes, num plano mais realista, um resolve se explodir no meio de pessoas inocentes outros resolvem humilhar e ameaçar a vida, se é que podemos chamar de vida, de uma legião de pobres coitados. Curioso e ao mesmo tempo aterrorizante, não consigo sofrer com algo que não me diz respeito, longe de minhas origens, de meu país, mas consigo imaginar pedaços de pessoas sendo lançados longe numa explosão, ou uma criança acuada vendo seu pai morrer com tiros sem ao menos poder correr ou gritar. Fatos que justificariam qualquer uma das partes a adotarem posições radicais e unilaterais. E quando me pego a quilômetros de distância lendo todas essas opinões a respeito, encontro um discurso velado e incipiente demonstrando que em outras esferas os lados teriam atitudes semelhantes. Ou seja, fazer sua vontade e opinião valer a qualquer custo. “EU TENHO RAZÃO”!. Não cabe aqui discursos demagógicos ou do tipo “paz e amor”, trata-se de questões muito mais complexas, envolvendo a história e cultura da civilização humana. Há quantos milhares de anos os Hebreus reivindicam aquele pedaço árido de chão? E há quantos milhares de anos os Palestinos povoam a região? Até o Bush chegar acreditávamos que todas as fronteiras políticas seriam rompidas por força da nova ordem mundial, com isso talvez aboliríamos os preconceitos e diferenças e compartilharíamos das diferenças entre as culturas para distribuir melhor riqueza e desenvolvimento. Tínhamos afinal que reconhecer a vitória da ordem capitalista sobre a Terra. Mas e agora? O ambiente hostil e vingativo reina no nosso planeta favorecendo toda a forma de imposição de força por parte dos EUA e de seus aliados. Que exemplo foi dado para a humanidade...alguém derrubou nossas torres....alguém tem que pagar! Israel copiou o discurso, somou isto a sua utopia cultural e histórica de terra prometida, alimentou a raiva do “vizinho”, que por sua vez deu razão a um exercito de fundamentalistas traficantes e machistas afoitos por guerras e que a qualquer hora explodem uma bomba nuclear na cabeça de inocentes. É isso ai, o teatro está montado, vamos esperar para assistir, afinal é mais confortável criticar a peça, e esquecer que estamos assistindo-a de cima do palco.

[Sobre "Nas garras do Iluminismo fácil "]

por Eduardo Vianna
13/4/2002 às
13h41 200.207.205.22
(+) Eduardo Vianna no Digestivo...
 
Informações
Moro em Israel há mais de nove anos. Lendo comentários feitos por Raphael Boaventura e por Rogério, penso que as vezes as pessoas têm opiniões interessantes do ponto de vista cômico, mas sem base em nenhum conhecimento do Oriente Médio atual ou histórico. Prefiro não jogar um monte de fatos sobre o atual processo de "paz", já que meu pai o fez com louvor (vide o comentário de Eliahu Feldman). Só quero dizer uma coisa: em 1948, quando da decalração de independência Israel, havia na parte da Palestina Britânica dada aos judeus pela ONU: Cristãos, Muçulmanos, Druzos, Beduínos e outros. É interessante notar que tanto Druzos quanto Beduínos, são árabes, os últimos muçulmanos nômades (daí a diferença entre Muçulmano e Beduíno). Os Druzos e Muçulmanos resoveram fazer parte de Israel e até hoje servem o exército de Israel, inclusive na Cisjordânia. A maioria dos beduínos, habitantes naturais do deserto, servem como rastreadores. Os Druzos são a maioria da Polícia de Fronteira (Mishmar HaGvul), unidade que praticamente só serve nos territórios, já que árabe é sua lingua mãe. Cristãos e Muçulmanos decidiram não aceitar Israel. Quem é mais "palestino", um Druzo, um Muçulmano, um Beduíno ou um Cristão, todos árabes? Meus caros brasileiros, como dizia o samba "quem não se comunica se trumbica". Que tal se informarem antes de tomar partido?

[Sobre "O injustificável"]

por Daniel Feldman
13/4/2002 às
13h07 212.143.219.179
(+) Daniel Feldman no Digestivo...
 
O injustificável
Meus mais sinceros agradecimentos ao José Pereira e Eliahu pelos elogios, e a todos os demais pelos comentários. Rogério, não acho que o presidente deveria proibir nada, pois isso seria uma atitude no mínimo ditatorial, e que prejudicaria o candidato do governo nas eleições. Acho que deveria haver uma regulamentação melhor sobre o que se pode dizer e fazer nas campanhas, independentemente de quem fosse o presidente; por isso disse que a nação, e não o presidente, deveria proibir. Continuo firme nessa posição,e daqui não arredo pé. Quanto às fragilidades do sistema eleitoral brasileiro, e aos currais eleitorais, nesta mesma coluna tiro sarro delas - só que acho que elas estão mais a serviço de partidos tradicionalistas e "conservadores" como PFL do que a favor do PSDB ou de Fernando Henrique... quanto ao governo ter de regulamentar as campanhas eleitorais, mantenho o que disse. É absurdo que se continue nesse vale-tudo, com esses comunistinhas de meia-tigela esculhambando tudo e todos sem qualquer limite, à deriva na impunidade que reina por essas plagas. Mudando de assunto, só mais uma coisa: gostaria de deixar claro: NÃO APÓIO A POLÍTICA DO SHARON!!! Aos que querem me ofender, procurem fazê-lo pelo menos por coisas que eu disse. Um abraço a todos, Rafael.

[Sobre "O injustificável"]

por Rafael Azevedo
13/4/2002 às
12h09 200.152.84.1
(+) Rafael Azevedo no Digestivo...
 
acrescimo a vinhetas
Um pequeno acrescimo às vinhetas: Creio que deva haver alguem capaz de diferenciar entre um massacre, e a morte de combatentes armados em luta. Os combatentes palestinos que se entregaram às forças de Israel não foram massacrados, mas sim presos e levados a inquérito, exatamente como fez o nosso "Big Brother" do norte com os Talibãs, e como certamente fizeram todas as forças armadas "civilizadas" nas guerras. Massacre é o que sofreram dois israelenses fardados (em serviço e reserva, sem armas) que erraram o caminho, foram parar em uma cidade palestina, foram cercados por uma multidão, espancados, torturados, estripados, e os palestinos sairam com órgãos de seus corpos à rua, rindo e dançndo de alegria. Quem viu s cenas, não poderá jamais se esquecer...

[Sobre "O injustificável"]

por Eliahu Feldman
13/4/2002 às
11h13 212.179.220.140
(+) Eliahu Feldman no Digestivo...
 
Crescimo a vinhetas
Um acrescimo: Me esqueci de dizer que deve haver alguem que possa diferenciar entre um massacre e uma luta contra individuos armados, que atacam e se defendem. Os palestinos que decidiram se entregar (e houve muitos)não foram massacrados, mas presos e levados a inquerito, assim como fez o nosso "big brother"do norte com os Talibãs

[Sobre "Intolerâncias e inconsequências"]

por Eliahu Feldman
13/4/2002 às
04h47 212.179.220.140
(+) Eliahu Feldman no Digestivo...
 
Vinhetas
Quero cumprimentar o espaço pelos artigos interessantes que tem sido publicados sobre Israel e Palestina. Os seus artigo, Rafael (como o do Heitor), mostram uma informação que surpreende. Voce me parece bem a par da situação daqui, embora estando longe, e certamente bombardeado pela midia e (quem sabe?) pelo patrulhamento ideologico que ainde deve existir por aí. Moro em Israel desde 1992 e acompanhei este processo desde o início, torcendo para que desse certo, de todo o coração. Fui votante do Peres, do Barak, e de novo do Barak, quando ele perdeu pro Sharon. Quem colocou o Sharon no poder - como o Bibi Netaniahu, quando ele disputou com o Peres depois do Rabin ter sido assassinado e sua eleição ser considerada imperdivel, foi o Arafat, com a sua postura dubia, permissiva com respeito aos grupos radicais palestinos, pra dizer o mínimo. Acho que na verdade, o Arafat não abdicou de sua opção terrorista, e seu objetivo (não declarado em suas entrevistas em ingles, quando joga pra galera) reiterado em discursos inflamados em arabe, segue sendo o de fazer cumprir a Carta Magna Palestina, que apesar de todo o teatro e encenação na época, não foi modificada, e segue tendo vigencia plena com 30 de seus 33 artigos pregando a destruição de Israel. Apesar de que o Peres, O Yossi Beilin, O Yossi Sarid, e outros membros da frente pelo seguimento do diálogo com o Arafat em qq circunstancia terem dado o OK para a encenação, o Senado Americano, que cuida dos dinheiros do contribuinte americano com muito zelo, decidiu parar de dar grana para a Autoridade Palestina na época, por considerar que a Carta Magna não tinha sido de fato alterada. É evidente para a maioria dos israelenses que não há uma solução militar para o conflito, e que a negociação terá que ocorrer, e mais, a base será mesmo a retirada de Israel de todos os teritorios palestinos e da quase totalidade de seus assentamentos, bem como de uma solução para o problema dos refugiados. Mas a estória da demonização do Sharon que não é my cup of tea, e de Israel, é um outro assunto. Eu vivi aqui tods as angustias, esperanças e desesperos de ver a morte em cada esquina, de não poder viver em paz, de não ter futuro certo. Um pouco como as pessoas se sentiam no inicio dos anos 90 no Rio, onde fui criado: Voce sai de casa, não sabe se volta, cada oda de conversa tem um que foi assaltado, ou conhece quem o foi, ou foi sequestrado, ou o pedio foi invadido por uma gang de bandidos. Sair à noite era um exercicio de roleta russa, se não se pagar pro flanelinha, corre-se o risco de ver o carro riscado, ou evaporado. Aqui, nestes tempos, é tudo isto e um pouco pior. Do lado Palestino, um sofrimento atroz. Mas vamos a algumas vinhetas, só pra ilustrar: 1- Em 1993, pouco depois de anunciados os acordos de Oslo, o Arafat encontra os embaixadores Arabes em paises da Escandinavia pra explicar "o que é que deu nele": Arafat explica a politica do salame, ou seja, "vou levar o que puder no beiço, e o que não me derem, levo depois na marra". Reportagem de um "Dageblatt" qualquer da vida, traduzido no Jerusalem Post. 2- Discurso de Arafat na Africa do Sul pouco depois repetindo o mesmo principio da politica do salame, deixando claro que sem repatriamento de todos os refugiados (tres milhõe e meio, e não um milhão no censo Palestino)para dentro do territorio de Israel, nada feito. 3- Na cerimonia de assinatura dos mapas dos primeiros arranjos do acordo, celebrado no Cairo, uma situação quase burlesca (vi pela TV, live): O Rabin está sentado à mesa, saca de uma canetinha de dois tostões, assina o papel, e cade o Arafat? nada do Arafat aparecer. Procura o homem, sem ele nada acontece. Vem, não vem, o Hosni Mubarak ja de saco cheio, quase pega o Arafat pela orelha e o senta à mesa, e o "obriga" a assinar o tal papel. 4- O processo de paz está sacramentado, a Autoriddade Palestina constituida, o Arafat tem 40.000 policiais cujas armas e equipamentos lhe foram fornecidos de acordo com Israel. Corre o bochicho que há mais de 80.000 homens "por fora", todos armados em desacordo com o acordado em Oslo. 5- Começam os atentados suicidas e armados(é, ainda na época de ouro dos acordos, quando o Rabin estava no poder), onibus são explodidos. O Arafat faz caras sérias pra midia e diz que ele condena atos terroristas (não diz de quem, é claro), faz uns convites pra que pessoas aparentemente suspeitas sejam inquiridas, as pessoas passam uns dias na cadeia, e saem. Está sacramentada a politica da "porta giratória", que enlouquece os israelenses. 6- Baruch Goldstein, armado e em farda militar entra e massacra uns 35 palestinos que rezavam em local santo (pra judeus e muçulmanos), mas é morto pelos soldados israelenses que guardavam o local, e o deixaram passar inadvertidamente por julgar que estivesse a serviço. O monumento em sua homenagem construido por colonos é demolido e qq manifestação de apoio a atos de terror é banida como ilegal em Israel. 7- Não se tem noticia de qq palestino que tenha sido preso e cumprido pena por atos cometido contra israelenses, enquanto que um tal de Skolnik, que assassinou a sangue frio um palestino peso está "em cana". 8- Seguem os atentados teroristas, o Rabin é acusado de traidor. Rabin e Peres explicam que "são as vitimas da paz". 9- Rabin é assassinado, Peres assume. Seguem atentados, e na eleição que se dá poucos meses apos o assassinato de Rabin, quando o Peres era considerado o ganhador certo em função da comoção nacional, perde pro Bibi Netaniahu, porque o numero de atentados é tão grande, que o povo elege alguem de "linha dura". 10- Apesar de arrotar ser de linha dura, e dizer que só dará se receber ("é dando que se recebe?...")o Netaniahu devolve 11% dos territorios. 11- Os Palestinos inventam a estória do tunel embaixo da mesquita de Al-Aqsa. Maior "bafo" da história. O tal tunel nem chega perto da tal mesquita, corre ao longo do muro das lamentações. Mas o mal está feito, o Netaniahu é um crápula que só quer ofender e desacralizar, ou destruir os monumentos muçulmanos. 12- Simultaneamente, a WAQF - instituição religiosa muçulaman, soldo agora da Autoridade Palestina e que manda no monte do templo, onde estão as mesquitas de Omar e Al-Aqsa, escava nas profundezas do monte, e retira de lá "entulho", que conteria indicios arqueologicos da existencia do Grande Templo ali mesmo, onde os muçulmanos resolveram (de cabeça pensada)construir as suas mesquitas. Objetivo? Delegitimizar qq vinculo dos judeus com a Palestina ou com Jerusalem. 13- Surge um novo astro no cenário, Barak, em hebraico, relampago. Barak oferece-se para resolver tudo, quer "brincar nas onze", e diz que vai sair do Libano, vai fazer a paz com a Siria, e vai seguir adiante as negociações com os palestinos até a solução da querela. 14- Barak efetivamente sai do Libano (não parece ter adiantado muito, não é? o Hizballah segue atirando, embora Israel saiu de todo o territorio Libanes de acordo com a ONU), não consegue nada com a Siria, apesar de ter sugerido que sairia do Golan (cara, precisa ter peito pra fazer isto - quem conhece a situação do Golan, sabe), pois a Siria teria empacado com uma faixa de 16 metros (!) que Israel pediria manter, afim de que a estrada que circunda o Mar da Galileia ficasse sob sua jurisdição. 15- E os Palestinos? Barak e Clinton fizeram um tremendo esforço para trazer o Arafat pra Camp David, pois ele não estava afim. Finalmente, foi lá, foi visto na TV (outra cena galhofa) sendo empurrado pelo Barak pra sala de reuniões. Barak oferece: 16- 97% dos territorios + 3% de area territorial colada em Gaza + retirada de praticamente todos os assentamentos + uma solução para o problema dos refugiados. 17- Arafat levanta, vai embora, não diz nam sim nem não. Os israelenses ficam na expectativa: esquerda começa a se perguntar "o que é que nos fizemos de errado?", a direita afirma que o Arafat não quer nada de paz. 28- 25 de setembro de 2000: dois policiais, um israelense e um palestino patrulham juntos (como rezava o acordo). O policial israelense se adianta, o palestino o mata pelas costas. Indignação geral, a esquerad minimiza, a direita inflama. 18- Os judeus não conseguem rezar junto ao muro das lamentações, poios os palestinos, do alto da esplanada das mesquitas os apedrejam. Judeu não pode subir (nem pra visitar como eu fiz em 73)a esplanada das mesquitas, ou Monte do Templo. 19- Ariel Sharon pede permissão a Barak para ir ao monte do templo e fazer um discurso lá, a respeito da situação no local. O governo israelense investiga o assunto com a Autoridade Palestina, que dá o OK, não deve haver problemas. 20- Ariel Sharon sobe ao Monte do Templo, protegido por alguns policiais e discursa lá. Comoção no mundo muçulmano, fomentado pela Autoridade Palestina: O Sharon tentou invadir e conspurcar a mesquita de Al-Aqsa, é uma provocação, a esquerda grita, os parlamentares arabes do Knesset idem, a situação entra em polvorosa. É o sinal para a Intifada de Al-Aqsa, que "visa proteger a dignidade e a integridade do povo palestino e dos bens culturais e religiosos muçulmanos e acabar com a opressão israelense". 21- E a resposta à proposta do Barak? 22- Vale lembrar que até uns dias antes, os israelenses iam ao cassino de Jerico, gastavam uma bab de dinheiro lá, nos fins de semana iam a Ramallah (!?) "badalar" na noite, e estava "tudo bem" em que pese as dificuldades do caminho para um acordo final com os Palestinos. 23- Sob fogo, pedras e atentados, Barak, depois deuma reação de total surprea e indignação tenta, sob a influencia de Peres e outros seguir o caminho do acordo, e manda seus representantes mais "pombais" para Taba, onde os Egipcios se oferecem para mediar um acordo. 24- Para lá vão Yossi Beilin e Shlomo ben Ami, que acabam não conseguindo nada, até as vésperas de novas eleições, pois Barak resolveu convocá-las em virtude de problemas no parlamento. 25- Os atentados não param, os israelenses se sentem meio encurralados. Durante todo o tempo, o ciclo é o mesmo: atentado-indignação israelense-fechamento à passagem de palestinos de Gaza para trabalhar em Israel-ausencia de qq ato ou palavra palestina condenando o ato terrorista - acusação palestina de que Israel tenta matar os palestinos de fome negando-lhes trabalho - abre-se as fronteiras - novos atentados... 26- Barak vai às eleições sem conseguir um papel ou uma palavra palestina de alento ao esforço de paz, fustigado por atentados sequenciados (a fronteira é uma peneira), Sharon é o oponente. 27- Corre ‘a boca pequena, e um assessor de propaganda de arafat deixa escapar em alguma entrevista, que a Intifada de Al-Aqsa na verdade nao teve nada que ver com a ida do Sharon ao monte do templo, mas ja estava programada desde maio de 2000, antes ainda do encontro de Camp David (dai talvez a relutancia de Arafat em ir ao tal encontro e sua falta de resposta a proposta de Barak) 28- Graças à ajuda de Arafat, Sharon ganha as eleições, os israelenses se inclinam por posição de descrença e repudio a Arafat. 29- Sharon decide que não entra em negociações com Arafat enquanto não houver um cessar fogo por parte dos palestinos. 30- Longe de cessar o fogo, Arafat, que ao longo dos anos estimulou, pregou e propagou a guerra armada para o povo palestino, ve que seus objetivos podem ser alcançados. Sabe que o povo israelense está dividido, e joga nisto. Aumenta a provisão de dinheiro para armas e explosivos e o brainwashing é estimulado. Captura-se um navio de armas para os palestinos, Sharon exige que Arafat decida o que quer. A carnificina em Israel é terrivel, atentados a bomba diarios ou 2, 3 v3zes ao dia, sem contar com familias dizimadas a tiro, ou ataques a bares, restaurantes, etc. É intoleravel, não dá pra suportar, Sharon revida, manda helicopteros destruirem predios (que todos sabem que ja estão vazios), depois manda eliminar de longe chefes terroristas, até o massacre da noite de Pessach. Aí entorna o caldo. Fala-se do massacre palestino em Jenin. É terrivel o numero de mortos palestinos, acho que está em torno de 200, uma tristeza. Mas veja só, é razoavel pensar que a nideia é massacrar o povo palestino? so o fosse, pra que que o exercito israelense iria lutar de casa em casa, sofrendo com isto inumeras baixas? Nao seria mais "logico" se o caso fosse o massacre, jogar uma meia duzia de bombas no local, sem por em risco nenhum soldado, como todas as "nações civilizadas" o fizeram, e ainda fazem? Que fizeram os aliados na II guerra? que fizeram os USA em Hiroshima e Nagasaqui? Que fizeram os alemães com as V1 e V2? que fizeram os russos na Chechnia? que fizeram os americanos no Vietnam? que fizeram os russos no Afganistão? e os americanos no Iraque e agora no Afganistão? Não fizeram o ironicamente chamado "amaciamento" do inimigo atraves de um bombardeio arrazador? porque Israel não faria o mesmo, se sua intanção fosse a de massacrar? A coisa não é simples. Espero que se encontre uma solução para estas questões. Em todo o caso, não me parece que passe por uma demonização do Sharon ou de Israel.

[Sobre "O injustificável"]

por Eliahu Feldman
13/4/2002 às
04h51 212.179.220.140
(+) Eliahu Feldman no Digestivo...
 
Julio Daio Borges
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