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>>> Comentadores
Domingo,
27/2/2005
Comentários
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Foi você mesmo que escreveu?
Andrea, eu que tive uma vida não realizada no que seriam minhas mais sinceras paixões, que fiz as escolhas erradas por que eram as certas, que perdi a pouca noção de quem eu era para ser o que escolhi achando ser o "certo", contemplo os seus escritos e por um momento alço meu vôo. Um momento aqui, outro lá, em meio às receitas e aos pacientes, ouço a uma pequena voz que insiste. Palavras, sons, idéias que se esvairão no próximo segundo, quando eu pensar nas ordens insossas para o almoço de hoje, ou onde está a conta da luz?!! E elas se foram para sempre. Me conformo ao pensar: de que serviriam? Afinal quem se interessa por minhas palavras escritas? Novamente tudo recomeça. Agora são os sons de outro idioma que me perseguem insistentes, poesias que se me impõem! Mas como? escrevo tão mal em portugues e muito pior em outro?? Mas não há explicação, não posso evitar. Tem que ser assim. As palavras mais bravas chegam ao papel finalmente. Olho os escritos surpresa, amorosa e comovida, como se olhasse à um filho no berço. Guardo-as para mim secretamente. O pudor me impede de mostrar tantas tonterias, obscuridades de minha alma aparentemente simples e acomodada à sina. Aparências enganam, sabemos... As mais selvagens e exigentes enfrentam obstáculos e se mostram. Nua diante do leitor que me olha surpreso, ouço a pergunta? Foi você mesmo que escreveu? Bolas claro que fui e por que não poderia, sorrio complacente. Assim é escrever, escrever para não morrer ou pelo menos para sobreviver.
[Sobre "Escrever para não morrer"]
por
Gaivota
27/2/2005 às
16h21
201.9.97.25
(+) Gaivota no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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