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Quinta-feira,
14/6/2007
Comentários
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novelas: à mercê do marketing
Isso mesmo, Luis. A telenovela, naquele tempo de O Bem Amado, parecia não estar tão comprometida com o merchandising e a estratificação mercadológica, nem com essa superficialíssima abordagem social; não queria "salvar" ninguém, apenas interessava-se por si mesma, pela qualidade do trabalho que fazia. Era tão viva e vibrante, tudo brasileiríssimo! A época foi tão marcante que alguns atores ainda evocam aquelas personas, como Lima Duarte, com seu sotaque engraçadíssimo. E o Dirceu Borboleta, inesquecível. É uma pena que a novela brasileira tenha estagnado à mercê do marketing indireto (e escrachado). Ninguém suporta mais ver isso. Assisti há anos atrás, em entrevista ao Sem Censura, Suzana Vieira e Lima Duarte dizerem que se sentiam envergonhados do seu público, de sempre fazerem o mesmo papel. E Lima Duarte já afirmava: o brasileiro está chorando as mesmas lágrimas há trinta anos. Eu duvido que ainda haja lágrimas para se chorar nas novelas, só se for de desapontamento...
[Sobre "Recordações de Sucupira"]
por
Marcia Rocha
14/6/2007 às
11h54
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Oh doce ócio...
Leitores acabam se traindo, e sempre falam de suas preferências e iniciações. Eu não posso me furtar às lembranças deliciosas da Luluzinha, do Gasparzinho e da incipiente Mônica, compradas de segunda mão na feira de quinta, um pouquinho velhas é verdade, por alguns tostões, mas que me fascinavam e me abriram a portinha do clube mais chique deste planeta: dos amantes do bom texto! Depois vieram Alencar, Machado, Amado, Borges, Cortázar, Shakespeare, tantos outros. Celebremos, pois, já que somos (nem) tantos, mas tão apaixonados! Ler é ótimo! Ler é contagioso e incurável! Oh doce ócio... abandonar-se às linhas de um Pessoa, de um Potter, que importa. Não gosto de jogar pedras, mas tirando Paulo Coelho, o insípido, vale tudo!
[Sobre "O desafio de formar leitores"]
por
Marcia Rocha
8/6/2007 às
18h36
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Descartes revisitado
Se você seguir a máxima de Descartes, corre o risco de entrar em outra ilusão, que é achar que só o que pensa existe. Um convite a revisar o conceito de pensar e o de existir. Exemplo: uma pedra não pensa (no sentido cartesiano mesmo), portanto ela não existe. Se nós a pensamos pedra, nós existimos, mas não ela. Mas ela está lá, existindo. Eu pergunto - como é possível que ela exista sem pensar. Talvez ela só exista em nós. Mas parece tão real! Ou: ela pode ter um pensar diferente do meu, tão excludente e preconceituoso, limitado à minha paupérrima percepção sensorial. A pergunta de Hamlet ricocheteia na cabeça - ser ou não ser! e faz a dobradinha - pensar ou não pensar! Sempre há uma pedra no meio do caminho... Cáspite!
[Sobre "Penso, logo existo"]
por
Marcia Rocha
8/6/2007 às
18h14
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Julio Daio Borges
Editor
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