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Quinta-feira,
11/4/2002
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O Conflito do Oriente Médio
Caro Ghirotti
(re. Comentário # 7)
Este seu comentário não é dirigido a mim, mas como se refere ao meu artigo, sinto-me do dever e direito de aduzir algumas idéias.
1. Você diz que é quase insano pensar que uma ofensiva militar, como a posta em prática pelo exército israelense, possa trazer a paz. Pois bem, aqui vão algumas outras situações para as quais peço sua avaliação de sanidade:
- Foi insana a ofensiva dos Aliados contra a Alemanha e a Itália, e no Pacífico contra o Japão, na última guerra mundial? Dever-se-ia, para manter a sanidade, permitir que o Eixo se expandisse ao infinito, até tomar conta de todo o planeta?
- Foi insana a pronta resposta militar de Mrs Tatcher nas ilhas Falklands/Malvinas, contra a aparentemente sadia invasão Argentina? Segundo seus critérios de sanidade, provavelmente sadia foi a atitude do então Prêmio Nobel da Paz, Lopez Esquivel, e mais um milhão de porteños, que compareceram à Plaza de Mayo para saudar um General Galtieri visivelmente embriagado. Será coincidência que hoje sadio é o outro Nobel, Arafat? Pobre Sr Nobel, deve estar se torcendo em seu túmulo!
Se a humanidade fosse 'sadia', jamais se levantaria contra tiranos e terroristas, o que aliás está de acordo com seu comentário acima no qual você deixa entrever uma mal disfarçada admiração por três ditaduras atuais, Cuba, China e Coréia do Norte. Se este é o preço, viva a pax americana! No fim, haveria paz e Hitler, Mao, Stalin, Fidel e tutti quanti receberiam o Nobel da Paz.
2. Nada implica que uma ofensiva militar leve necessariamente ao aniquilamento total do inimigo, inclusive da população civil. A 'sanidade' dos Alemães é que levou à quase total destruição de seu País, o mesmo tendo ocorrido no Japão. Se eles tivessem agido como os Italianos (de quem, presumo pelo seu sobrenome, ambos descendemos), que penduraram seu amantíssimo Duce de ponta-cabeça, reconheceram o erro, e ajudaram a expulsar os alemães, teriam poupado muitas vidas. Será que os Palestinos vão perceber que esta é a única saída para eles( ver o Comentário sobre Arafat de Waldemar Zusman acima # 2)?
3. A situação nos Bálcãs tem origens históricas, remotas e recentes, diferentes, e não há termo de comparação. Ali povos absolutamente díspares foram artificialmente unidos sob a tirania do Partido Comunista de Tito. Tanto que, logo que possível, os mais desenvolvidos da franja ocidental, os Eslovênios, deram adeus aos demais e vão muito bem, obrigado, em paz.
4. Você diz que o Governo de Israel precisa compreender que tem que fazer concessões se quer a paz. Mais do que o Barak tentou? por outro lado, os movimentos pela paz, como o Paz Agora e o Shalom-Salam, são livres no Estado de Israel e nos Países Ocidentais. Veja o comentário acima de Beti Mayer (# 6): seus filhos pertenciam ao primeiro e estão atônitos, como todos os pacifistas, menos os sadios, é claro. Você tem notícias de movimentos pacifistas na Palestina ou de resto, em qualquer País Árabe? É claro que a maioria deve querer a paz mas são violentamente reprimidos como 'colaboracionistas', assim como na Alemanha o eram os chamados 'judenfreunden' (amigos de Judeus).
Atenciosamente
Heitor
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Heitor De Paola
11/4/2002 às
14h58
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(+) Heitor De Paola no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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