COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Domingo,
18/12/2005
Comentários
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Loas ao DC
Faço parte dos primórdios do DC. Quer dizer, do fundão dos primórdios do DC, como disse o Jacques. Curioso como o discurso do Julio soa como se saído das minhas próprias entranhas, visto que me vejo como co-fundador do DC, pois sou leitor das primeiras linhas digestivas. E não se preocupe se você não me ver por algum evento do DC. Eu não também não me preocuparei se acaso não o ver no lançamento de minhas entranhas líricas nalgum momento entre o pôr do sol e o ofuscar dos tempos imemoriais. A única forma de me fazer presente é nos comentários. Mas sou real. E isso me basta, assim como basta ao DC ser o que ele é: real, não necessariamente polêmico, mas essencial.
[Sobre "Aos assessores, divulgadores, amigos até, e afins"]
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Pepê Mattos
18/12/2005 às
13h07
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Prefiro o silêncio
Outro dia uma colega de serviço comentava sobre "esses malucos desses alpinistas que querem morrer e se metem nessas doideiras deles". Era uma crítica ao que movia esses celerados das alturas. Olhei-a de cima a baixo e fiquei em silêncio. Ela não entenderia, no fundo, o que eu tentaria lhe explicar. E a resposta era simples. Mas na sua simplicidade encerraria um quê de filosofia que fatalmente seria entendida como "coisa de quem é metido a escritor". Na verdade, seria algo como "Não há nenhum objetivo científico a ser alcançado; é simplesmente a satisfação do impulso de realização, o desejo indomável de ver o que jaz além, que sempre pulsa no coração do homem". Mas na sua vida comezinha, de não achar utilidade no que não é realmente útil, ela detestaria minha explicação e me acharia um pedante sem pai, nem mãe. Preferi o silêncio.
[Sobre "Os romances das ilusões"]
por
Pepê Mattos
27/11/2005 às
09h35
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Escrever, escrever, escrever
Assim como o Alessandro, também passei por um inferno daqueles, que também me fez parar de ler até placa de ônibus durante um longo tempo. De qualquer forma, o Digestivo, depois que você começa a ler, não se pára mais. Sempre comentei uns artigos do Julio, mas o seu é a primeira vez, embora já me tenha dado vontade de comentar da Adriana, do Maroldi, do LEM, da Ana Elisa, enfim, os que acho interessante comentar (e quase todos são), mas me bate a tirícia (termo regional para preguiça) que me tira as forças. Já tive um blog - que não valhe a pena citar - e, sim, esperava que aparecessem uns comentários; mas eu mesmo não o divulgava e só uns 2 ou 3 amigos do peito lá apareciam tipo cometa de Halley. E, sim, também parei de escrever nesse meio tempo, assim como parei de ler também. Não sei se isso é parar de viver, mas se bem me conheço, posso dizer que se não parei, quase o fiz. Mas, passado é passado e estou aqui e de amor novo (oi, linda) e não tão infeliz porque também comecei a ler o Ulysses trocentas vezes e não avancei mais do que da segunda página. Achava que eu tinha mais um problema, entre os tantos que me perseguem. Agora que achei doentes terminais como eu que começaram a lê-lo e não entenderam bulhufas, sinto-me mais reconfortado. Talvez algum dia quando ficar mais inteligente eu finalmente sente à sombra de uma jaqueira e ponha-me a tentar ler, na esperança de que uma jaca me caia na cabeça e me abra os horizontes joyceanos.
[Sobre "Sobre Parar de Escrever Para Sempre"]
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Pepê Mattos
18/7/2005 às
10h55
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Morrissey e nós
Apesar de gostar demais do Velho Moz, sempre gostei mais dos Smiths. Tenho duas coletâneas do Moz solo e o Viva Hate, recentemente saído no país, com bonus tracks. Os anos 80 são verdadeiramente The Smiths, The Cure e U2, além de, para mim, não conseguir excluir o REM, nem que eu quisesse. Também tive minha fase heavy metal (AC/DC e Iron Maiden, parando por aqui). Já comentei anteriormente que, aqui no Norte, tudo é muito difícil. Só sabíamos dos discos importados através de revistas especializadas (Bizz, depois Showbizz, Rock Brigade, que eram as que apareciam por aqui). Lembro que ouvia tanto o “Hatful of Hollow” (em vinil) que o coitado chegou a furar. Ainda o tenho e também “The queen is dead”, “The world won’t listen”, “Louder than bombs”, “Rank”, o primeiro Smiths, e dois EPs, tudo em vinil. As duas coletâneas do Moz dão uma idéia do que o bardo de Manchester era capaz sem seus partners na banda: língua afiada, desencanto sem fim, aliados a sua precisa verve oscar-wilderiana. Eu provavelmente não vou ouvir um guitarrista tão virtuosístico e, ao mesmo tempo, tão melódico quanto Johnny Marr. Não lembro de ter ouvido antes dos Smiths e tenho certeza de que até hoje, pós-tudo, não ouvi. De qualquer forma, ressuscitar os bons tempos do rock inglês servem como alento nesta época em que evanescentes bandas pipocam nos hit parades e nossos horizontes musicais se estreitam a ponto de nos credenciarmos a revivals, na esperança de que tais túneis do tempo nos levem para longe de terras de gigantes em sonoras viagens ao fundo do mar.
[Sobre "Lembranças do Morrissey"]
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Pepê Mattos
12/11/2004 às
22h26
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Sobre pacotes e receitas
Neste início de milênio, o que se vê é um retrocesso a um “medievalismo” aliado à preguiça das pessoas em criar uma consciência crítica sobre tudo o que as rodeia. E então, como citado em seu artigo, se apegam nesses “pacotes” ou “receitas de bolo” que lhes sacia a fome de “andar no caminho certo” (já que são incapazes de fazê-lo por si mesmos) ou trazem dicas, sugestões, injeções de ânimo e afins que lhes fazem pensar que o “sucesso” é possível desde que se sujeite a sacrifícios de toda ordem. A religião (ou espiritualidade, como dizem os que não fazem parte das religiões ditas oficiais ou coisa parecida) se encarrega de arrebanhar grande parte dos iludidos e desamparados. São os que não acreditam nos estudos científicos e se prestam a ler somente o que suas igrejas lhes ordenam, tapando-lhes a mente e tornando seu coração presa fácil para o apelo insaciável dos sacerdotes “que falam pela boca do todo-poderoso”. Vez ou outra surge nova corrente naturalista que prega substituição radical de carne bovina por toneladas de vegetais, na esperança de se prolongar o tempo de vida útil das pessoas. Qualidade de vida não vem em pacotes “milagrosos”, nem está na busca esquizofrênica por um corpo de atleta ou de “top model” da hora. Mais vale ser o que se é, com todas as imperfeições e virtudes, desejos e frustrações, sabendo aproveitar o que a vida tem de melhor. E, para essa juventude que aí está, basta botar a cuca para funcionar, ler mais (ou simplesmente ler), exigir mais qualidade no ensino, deixar os modismos de lado, enfim, fazer acontecer, porque senão a máquina rosa dos “shopping centers” ilusórios podem seduzi-los tal qual sereias com seus cantos enfeitiçadores.
[Sobre "Ideologia: você quer uma pra viver? Eu, não"]
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Pepê Mattos
20/10/2004 às
09h41
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Ler é desdizer-se o tempo todo
Os primeiros contatos com livros na minha infância foram com trechos de obras que se encontravam nos grossos livros didáticos de Comunicação e Expressão, mais precisamente na seção de literatura. Sempre achei que jamais teria um livro, até porque eu não via necessidade nisso já que os didáticos me traziam o que precisava para o gasto. Minhas primeiras experiências em se tratando de leitura foram como a maioria das crianças pobres naqueles anos 60: os já citados trechos nos livros didáticos, as fotonovelas, alguns gibis (estes como aquelas na maioria emprestados às minhas irmãs) e bolsilivros (aqueles de faroeste, de espionagem e até de romances água com açúcar). Minha primeira aquisição de uma obra, já então com 20 anos, foi o “Perdidos na noite”, de um certo James Leo Herlihy, cuja transposição para o cinema contou com as soberbas interpretações de Jon Voight e Dustin Hoffman e teve como uma das trilhas sonoras a belíssima canção “Everybody talkin’”, na voz de Harry Nilsson. Daí foi só um passo para ter o meu acervo pessoal: uma biblioteca com uns 600 volumes das mais diversas literaturas, evitando o máximo que eu posso os medonhos “best-sellers”. Às vezes fico pensando que não vou viver o suficiente para ler tudo o que está ali, já que eu continuo com essa mania de adquirir pelo menos uns dois por mês. E, sim, eu fiz o tal Curso de Letras, que na verdade até hoje me pergunto porque de tão inusitado ato. Pode ter sido pela exigência de se tirar um diploma, que para tal ainda não vislumbrei necessidade alguma. Vale ressaltar que sempre fui uma das figuras mais introvertidas de minha época de estudante e só me faltava ter um treco se alguém me olhasse, quanto mais se uma professora se lembrasse de que eu existia e chamasse meu nome para tal tarefa, até mesmo para ouvir de mim o “Presente!”. Refugiei-me então entre os livros, que não me exigiam mais do que meu silêncio e meu tempo todo disponível, depois dos afazeres de todo menino de família classe baixa-baixa: ir pra inevitável escola, cuidar de limpar o quintal, encher as vasilhas de água e jogar bola a tarde inteira. Neste caso, a literatura pode ter salvo uma alma do abismo das ignorâncias. Por outro lado, não consigo entrever uma utilidade prática para a literatura, ou, em outras palavras, poder aplicar no cotidiano o que a leitura me permite interpretar. Então, por que lês, me pergunta a esfinge: Leio porque lendo eu me desdigo o tempo todo; porque necessito de contraponto.
[Sobre "Por que não estudo Literatura"]
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Pepê Mattos
3/10/2004 às
10h15
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As cirandas de Villa-Lobos
Caro Eduardo, assim que li sua reportagem corri direto para minha CDteca pois possuo um CD com as cirandas de Villa-Lobos. Pensei ser o mesmo que você citou neste seu artigo. Contudo, comprovei que é um gravado pelo pianista Homero de Magalhães, em gravação original de fevereiro de 1960, reeditado em 2000, pela Dubas Música/Universal Music. O disco apresenta duas capas: a original, de Michel Scharter e Aloísio magalhães, e a da edição de 2000, de Carlos Scliar. Entre as mais conhecidas temos “Terezinha de Jesus”, “A Senhora Dona Sancha”, “O Cravo brigou com a Rosa”, “Passa, passa, gavião”, “Fui no Tororó”, “Nesta rua, nesta rua”, “A canoa virou”. Bem, pelo menos são as que eu ouvia quando garoto. O resto, de um total de 16 cirandas, mostram o belo trabalho de Villa-Lobos em recriar para o piano estes exemplares do cancioneiro popular brasileiro. Eu o adquiri, pasmem, num tabuleiro de CDs a R$ 6,90. Abraços
[Sobre "Mistério em Moscou"]
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Pedro Paulo Matos
26/9/2004 às
23h10
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Blogo/posto, logo existo
Muitas questões, meu caro Alessandro, precisam ser levantadas sobre tão inquietante atividade. Sem querer entrar no mérito da questão, para o blogueiro (sic) interessa muito mais blogar do que o conteúdo em si; mais vale surtar do que querer explicá-lo. Pelo menos é o que penso. Tipo "blogo/posto, logo existo"...
[Sobre "O blogueiro: esse desconhecido"]
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Pepê Matos
1/5/2003 às
22h02
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Julio Daio Borges
Editor
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