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>>> Comentadores
Terça-feira,
6/8/2002
Comentários
200.194.102.154
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Desconto
Olá, Grande Alexandre
Na adolescência me ensinaram o seguinte: namore uma mulher magra, pois se você chegar a se casar com ela, terá a mulher ideal. O fato é que elas costumam engordar depois do casamento. Então é bom dar o desconto quando ainda são jovens.
Quanto à relação que se estabelece entre leitor e personagem, acontece algo perigoso comigo: envolvo-me facilmente na atmosfera do texto. Mordi até sangrar os lábios enquanto lia O Processo. Raskólnikov me lançou numa turbilhão angustiante. Orwel me deixou sem fôlego com a opressão de 1984. O vôo de passarola ao lado de Baltasar Sete-Sóis e Blimunda me fez sentir no rosto a suave brisa da liberdade (apesar de Memorial do Convento ter sido escrito por um comunista). Enfim... como é bom esse negócio de ler, né?
[Sobre "Amando quem não existe"]
por
Rogério Macedo
6/8/2002 às
15h45
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No jardim da infância
Ôpa, Rafael
Sempre fui ruim em escrever num "estilo absurdo". E foi isso que tentei fazer escrevendo com espanto "Então foi Fídias quem descobriu o belo?".
Senti-me, como resultado dessa inaptidão, um menino no jardim da infância recebendo uma lição óbvia demais para um adulto: "Rogério, a beleza já existia antes de Fídias". Mea culpa.
E até o próximo texto.
Abraço
[Sobre "Pi, o [fi]lme, e o infinito no alfa"]
por
Rogério
26/6/2002 às
13h52
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Descoberta da beleza
Então foi o Fídias quem descobriu o belo! Ou ao menos o racionalizou, né? Aproximar-se dos padrões da natureza, eis o critério.
Parabéns pelo excelente texto, Rafael!
Um abraço
P.S.
Achei que você fosse mencionar o Aleph do Borges quando se referiu ao alfa e achei que fosse mencionar a Biblioteca de Babel quando falou sobre constante de Champernowne. Você considera esses textos manjados demais?
[Sobre "Pi, o [fi]lme, e o infinito no alfa"]
por
Rogério Prado
25/6/2002 às
17h10
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Ops!
Corrigindo para evitar dupla interpretação:
"E se EU fosse o gerente da loja"
[Sobre "Arte é entropia"]
por
Rogério Prado
23/6/2002 às
10h04
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Navio pirata é pior que bomba
Olá, Gian
O Cleiton jogou areia na engrenagem. Iconoclasta, cometeu uma "suave loucura". Não foi necessário colocar uma bomba de fabricação caseira na porta da bienal.
E se fosse o gerente da loja, teria preferido a bomba mesmo, pois o navio pirata fez muito mais estrago.
Parabéns pelo texto.
[Sobre "Arte é entropia"]
por
Rogério Prado
23/6/2002 às
09h43
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O Economista
Impressões que surgiram depois da leitura dos posts (importante dizer, sou cearense e moro no Ceará)
1. A carga horária oficial de trabalho no Brasil é igual em todos os Estados da Federação, logo todos os brasileiros no mercado formal trabalham muito, o que torna nossa miséria um objeto no mínimo misterioso (pelo menos para quem não quer enxergar a voracidade estatal).
2. Se não me engano, metade dos trabalhadores brasileiros vive na informalidade. E esse número aumenta nas regiões menos desenvolvidas. Talvez isso cause a ilusão de que o nordestino trabalha pouco. Eu julgo essa fuga para a informalidade como um ato heróico de quem, forçado pela impossibilidade de ser inserido no mercado de trabalho e por incapacidade técnica (na maioria das vezes por analfabetismo mesmo) quer arriscar seu dinheirinho em pequenas empreitadas ao mesmo tempo em que foge da histórica e voraz regulamentação trabalhista e da burocracia estatal que costuma cobrar altos preços (as sinecuras são bem remuneradas, sabemos), inibidora maior da iniciativa privada.
3. Como se pode depreender facilmente da leitura dos dois posts anteriores, não sou nenhum economista, mas minha tibieza nesse assunto não valida automaticamente as idéias inversas às minhas.
4. E onde quero chegar: vejo como uma falácia da exclusão a associação que se faz entre "povo festeiro" e "povo preguiçoso". Acho que o povo nordestino é festeiro, mas não é preguiçoso. Um povo preguiçoso não abandonaria sua terra e sua família para se meter na grande empreitada que é formar o grande exército da construção civil que ajudou a erguer o Sudeste. O trabalho braçal pesado não é coisa de preguiçoso.
5. Isso não quer dizer que o nordestino não seja festeiro. E que mal há em ser festeiro? Nenhum. Mas o nordestino é festeiro DEMAIS. Há cinco milhões de carnavais por ano aqui. Por mim não haveria nenhum. Tradição por tradição, nordestina mesmo é a festa junina (ontem, nas nuvens, comi bolo de batata doce). E tem a vantagem de ocorrer somente em Junho, ao contrário dos malditos carnavais.
6. O Dennis está errado quando faz essa associação (talvez involuntária)
7. O Dennis está certo quando diz que as festas aqui são cretinas.
8. Que Jorge Amado é um ícone literário, não resta a menor dúvida. Mas isso não transforma sua literatura em texto sagrado nem seu autor em paradigma literário. Pode até ser que seja (não posso afirmar nada, pois li somente um livro, e logo da fase cacaueira), mas não apostaria nisso enquanto não lesse as outras obras (a acreditar na opinião de quem diz que quem leu uma obra da fase cacaueira leu todas, até poderia arriscar um veredicto). Dizem que as obras de início de carreira eram boas, depois passou a patinar eternamente na pasta de cacau.
9. Não vou dizer que os membros da Academia sejam analfabetos. Mas que a ABL é bizarra, não há a menor dúvida! Escrever e ler são, por natureza, atos solitários, opostos a reuniões e sessões de rapapés.
10. A música popular brasileira sem os baianos perderia e ganharia ao mesmo tempo. O mesmo aconteceria com a música brasileira sem os gaúchos, sem os paraenses, sem os maranhenses, sem os mineiros, etc. O mesmo aconteceria com a música mundial sem o Brasil: perderia e ganharia ao mesmo tempo. O mesmo aconteceria com a música interplanetária sem a Terra: ganharia e perderia ao mesmo tempo.
Agora, a filosofia brasileira sem o Caetano Veloso muito ganharia.
11. Eu sou que nem político: também gosto de sentir o povo. De preferência de mini-saia e peitinho empinado.
[Sobre "Psiquiatra declara Japão Oficialmente Maluco"]
por
Rogério
17/6/2002 às
13h20
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Eu quero.
Morar na Dinamarca? Cadê as passagens, cadê as passagens?
[Sobre "Torço para quem eu quiser"]
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Rogério
7/6/2002 às
21h06
200.194.102.154
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Vergonha
Rapaz! Fiquei com uma vergonha imensa de ser o grande chato ranzinza que sou.
Parabéns, Alexandre. E obrigado por me apresentar o barrigudo e narigudo Lear.
[Sobre "A Guerra contra a Chatice"]
por
Rogério Prado
7/6/2002 às
13h24
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Futebolcentrismo
Gosto de futebol. Mas só de futebol. Explico: nos últimos anos a TV conduziu o interesse do público para fora das quatro linhas. Mostra-se a mãe do Vampeta na cozinha, a mulher do Romário passeando com as crianças, o Ronaldinho levando a Ferrari para passear, etc. Não há como não considerar isso uma manifestação inequívoca da estupidez generalizada: publico e produtores de TV não têm mais aonde descer em termos de tolice e banalidade. Futebol, em condições normais de saúde mental, deve ser considerado como um lazer, um entretenimento, um passatempo que está no mesmo nível do ioiô. Se um sujeito bate no outro ou considera alienígena qualquer um que não se mate ou não mate por um time de futebol, então mande-o conversar com um mecânico da mente. O cara tá com a escala de valores danificada.
A mídia estúpida viu um filão que poderia florescer através da receptividade ilimitada comum aos iletrados. O futebol deixou de ser apenas uma componente do orgulho de ser brasileiro, algo que sabíamos fazer bem. Passou a ser também um negócio e aí a habilidade que um sujeito tem com a bola no pé passou a ser coisa secundária.
Com uma mídia estúpida (pois feita por estúpidos) dominando os caminhos do futebol, os subprodutos pipocaram: comentarista de arbitragem (um imbecil que passa o jogo inteiro explicando regras de arbitragem que já são do conhecimento de 100 milhões de brasileiros) e comentarista para as táticas elaboradas pelos técnicos. Essas duas espécies de cometarista foram os responsáveis por eu ter sido considerado doido pela vizinha que chegou a minha casa e me viu assistindo a uma partida de futebol com o volume da TV no zero. É essa a minha vingaça: volume zero.
Futebol prá mim é noventa minutos mesmo. Assisto apenas a partir do instante em que o sujeito bate o centro e, quando o jogo tá bom, vou até o apito final, com um intervalo de economia de energia de quinze minutos entre os dois tempos. O resto é tolice.
Os técnicos são um capítulo à parte. Hoje são tratados como gênios da estratégia, no mesmo nível de um Napoleão ou de um Saladino.
A imprensa infla o ego desses sujeitos que mal sabem falar e esquece que o Feola (antigo técnico da seleção brasileira) dormia no banco de reservas enquanto o Brasil metia a sola nos adversários. Mas isso faz parte de um tempo em que bastava saber jogar futebol para ganhar um torneio. Hoje é requisito ter um idiota gesticulando na beira do campo, de preferência vestido de paletó. Só idiotas vão a campos de futebol vestidos de paletó. Técnico de basquete muda o jogo numa substituição antes de 5 segundos para acabara a partida. Mas técnico de futebol é uma figura que detém aproximadamente, segundo meus cálculos, 0.003% de participação no desempenho de um time. Já ouvi o Carlos Alberto Torres dizer que aqueles gritos e gestos do treinador na beira do campo é coisa pras câmeras. Não exisitia antes que a TV desse tanta atenção a essas figurinhas medíocres. O próprio Carlos Alberto, que já foi técnico e jogador, disse que os jogadores não ouvem nada do que o imbecil grita na beira do campo. E quando ouvem não entendem o que querem dizer aqueles gritos e gestos. E quando entendem não acatam, fazem de conta que não ouviram.
Como disse no início, gosto de futebol. Mas para mim o sistema solar não é futebolcêntrico, como os Luxemburgos querem fazer parecer.
[Sobre "Como não gostar de futebol no país do futebol"]
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Rogério Macedo
5/6/2002 às
15h50
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Vou lá.
Obrigado pela dica, Rafael.
Já tinha ouvido falar no Luiz Gê, mas nunca fui atrás de ver o que o cara tem a dizer. Vou passar por lá e dar uma conferida. Se tiver desenho dele, melhor ainda.
abraço
[Sobre "Música do acaso"]
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Rogério Macedo
4/6/2002 às
18h40
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Fera
Olá, Rafael
Sou leitor do Laerte há muito tempo e fiquei contente em ler a coluna de hoje. O Laerte é uma fera mesmo. Enquanto lia esse texto fui me lembrando de diversas tirinhas. Por exemplo:
Gato: Mas por que eu preciso saber onde fica o ponto "G"?
Gata: Prá saber o que fazer na hora "H".
Gato: E o que eu tenho que fazer na hora "H"?
Gata: Botar os pingos nos "I"s.
E o Fagundes digladiando com o seu mais feroz concorrente, um sujeito chamado Alceu Dispor, e o Síndico dizendo que jamais enconstaria o dedo numa criança para depois colocar o pé para que um menininho tropeçasse na escada, e o General dizendo "o importante não é vencer, mas humilhar o derrotado". O Laerte é uma usina de criação, um humorista fino, um cara que tem "sacadas geniais" no mesmo nível de um Aparício Torelli.
Abraço e parabéns pelo texto.
[Sobre "Música do acaso"]
por
Rogério Macedo
4/6/2002 às
14h27
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Homem hightech
Lembrei-me de um texto do Millor, que dizia mais ou menos o seguinte: trinfará a sociedade que mantiver congelado o último homem que souber fazer conta na ponta do lápis, pois quando todos os computadores entrarem em pane ele será descongelado e será o senhor do mundo.
Me parece de uma estupidez imensa a tecnologia-pela-teconologia, o sujeito que quer o último modelo de computador portátil não porque o seu atual não lhe esteja servindo, mas porque o último é o mais recente. E acho que o japonês (não só ele, claro) representa muito bem esse papel do homem hightech, como se a teconologia não fosse apenas um meio, mas o paradigma a ser seguido e, nos casos extremos, incorporado, sob pena de exclusão do mundo dito "avançado".
[Sobre "Psiquiatra declara Japão Oficialmente Maluco"]
por
Rogério Prado
31/5/2002 às
13h56
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Faltou um
Olá, Bruno
Na lista de livro de Stephen Jay Gould publicados no Brasil faltou Viva o Brontossauro.
Abraço
P.S.
Stephen Jay Gould era grande mesmo. Quem o leu sabe disso.
http://pradomacedo.blogspot.com
[Sobre "Paz é conto da Carochinha"]
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Rogério Macedo
28/5/2002 às
14h02
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Gould não era nenhum pancrácio
Não sabia que Stephen Jay Gould estava morto. Sei que lutou durante muito tempo contra um câncer. Mas isso faz uns dez anos...
Li vários de seus ensaios, verdadeiros elixires a desanuviar os olhos dos leigos em ciências naturais.
Gould era erudito. Um cientista que não via o mundo apenas com a lente da sua ciência. Combinava várias lentes.
Queria pegar o leitor de jeito. Para falar de probabilidades, contava suas idas aos jogos de basquete quando criança.
Seus textos estão repletos de referências históricas e literárias.
Para se ter uma idéia, o ensaio "Koprotkin não era nenhum pancrácio", em que Gould põe luz sobre alguns conceitos de luta evolutiva, começa com uma carta que Tolstoi escreveu aos filhos pouco antes de morrer numa gélida estação ferroviária.
O que dizer? Estou triste.
[Sobre "Na zdorovie!"]
por
Rogério Macedo
27/5/2002 às
16h27
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Ainda me restam 35 anos
Olá, Alexandre
Depois que saí da infância, daquela época em que para tremer de medo no sofá me bastava a voz da Cuca (hoje tenho medo da Dona Benta), comecei a nutrir preconceito contra a TV. Confesso que atualmente esse preconceito continua, e é tão imenso quanto bobo e desnecessário. Gostaria de ver mais TV, pois a presença dessa caixinha no canto da sala pode ser útil e agradável. Não é possível que nos trinta e cinco anos que me restam de vida não surja um Joss Whedon que possa encontrar portas abertas na TV brasileira.
Juliano, não sei de cor a grade da programação televisiva, mas posso afirmar, com preconceito e tudo: canais abertos são lixo total, escorrendo salmoura. Já vi, não gostei, não vejo mais (exceto um futebolzinho de vez em quando ou um filme antigo na madrugada).
O orçamento nunca me permitiu fazer uma assinatura de TV, mas depois de ler a coluna do Alexandre talvez eu pense duas vezes antes de jogar fora o próximo panfletinho de promoções para novos assinantes.
Abraços
Rogério
[Sobre "Joss Whedon"]
por
Rogério Macedo
24/5/2002 às
13h11
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Julio Daio Borges
Editor
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