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>>> Comentadores
Quinta-feira,
3/11/2005
Comentários
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sou dependente da internet
Caro: sou dependente dela para trabalho. Como faço assessoria na área de Direito Internacional Público, tenho de contactar advogados em diversos países do mundo para aí intentarem ações judiciais de clientes meus que, residindo no Brasil, têm cônjuges ou parentes cujos bens se localizam fora do território nacional. Meus serviços dizem respeito mais a contatos em língua estrangeira, pois além de advogado, também tenho doutorado em línguas indo-européias e em línguas mortas, estas últimas mais para diletantismo lingüístico do que para as necessidades profissionais práticas. Todo o meu trabalho é feito via Internet. Mas a Internet, além do piano, do órgão e do acordeão, trouxe-me uma tremenda L.E.R. (lesão de esforço repetitivo), doença que, aliás, já levou muitas pessoas a ter de aposentar-se por invalidez. Como na Internet há de tudo, do melhor e do pior do mundo, há pessoas que, por má escolha, perdem seu precioso tempo em inutilidades.
[Sobre "Os dez mais e os cinco menos da internet"]
por
hamilton carvalho
3/11/2005 às
09h46
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A burrice está na moda
Cara: sou advogado professor de história e lingüista formado em línguas indo-européias e em línguas mortas. Há 37 anos leciono latim, grego clássico e hebraico antigo - além do português. Acrescento, além da bandidagem glorificada, mais uma categoria de pessoas à lista dos anti-heróis do mundo moderno: os semianalfabetos diplomados. Em um foro de discussão na Internet sobre política internacional notei que a maioria das pessoas não brigava comigo por causa de minha visão anti-Bush mas por causa (pasmemos nós!)... do meu bom português. Uma delas implicou direto com minhas mesóclises, tachando de "barroco" e de "rococó" aquilo que em mim nunca passou do português bem escrito de qualquer pessoa que terminou, como eu, um bom ginásio antes de 1960. Hoje escreve-se tão mal que qualquer português bem escrito e sem muitos floreios passa por barroquismo à padre Antônio Vieira. Os jornalistas e advogados dão a tônica no analfabetismo diplomado que ora campeia. Não sabem numerais ordinais, erram em concordância verbal e nominal, transitivam (e, pior ainda, apassivam!) verbos intransitivos, usam anglicismos idiotas com eqüivalentes vernaculares e - para espanto nosso - erram até mesmo em ortografia! Passo intermináveis minutos corrigindo petições de colegas advogados, que além de não saberem português, ainda copiam muito mal os aforismos latinos com que enchem suas petições, na errônea presunção de que saber citar frases latim decorado seja prova de erudição. Também pudera: em um país onde uma nulidade como Paulo Coelho é tido por "literato" e no qual a cultura televisiva substitui os livros que quase ninguém lê, é bem difícil falar em cultura de massas. A burrice está na moda e dá "status" a quem dela desfruta. Fazer o quê? Continuar a luta inglória pelo resgate da língua e para que a cultura seja mais valorizada em uma sociedade em que o ter ou não ter parece ser mais importante do que o ser ou não ser. Eis a questão... Hamilton Carvalho, Petrópolis - RJ
[Sobre "O país dos imbecis"]
por
hamilton carvalho
26/10/2005 às
14h48
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Wagner e o nazismo
Caro: A admiração de Hitler por Wagner não deve ou, pelo menos, não deveria depor contra a obra musical do grande nome do neo-romantismo alemão, até mesmo porque nenhum deles foi contemporâneo um do outro. A "culpa" por todo tipo de "sentimentos pró-nazistas" supostamente existente na obra de Wagner deve ser creditada apenas ao limitado círculo de admiradores daquilo que Otto Maria Carpeaux chamou de a "religião wagneriana", cultuada por causa de Cosima Wagner, "née" Cosima Liszt, no "santuário" do mundo musical wagneriano, que é o Festspielhaus de Bayreuth. Culpar Wagner pela barbárie nacional-socialista que acometeu a Alemanha de 1933 a 1945 é falsear a própria história, do mesmo modo como, a exemplo do que você colocou, igualmente é um absurdo vincular ao nazismo os pensamentos de Nietszche e de Schoppenhauer. Hoje é preciso "reabilitar" Wagner e remover, nem que seja à força, este ranço de "nazismo" que incompreensivelmente cerca a obra do mestre alemão, vinculando-a erroneamente aos delírios de grandeza do genial músico que ele foi. Sou advogado, também formado em história e em línguas indo-européias e em línguas mortas e, além do latim, do grego e do hebraico, leciono também o alemão. Aliás, minha tese de mestrado em história versou exatamente sobre a Primeira Guerra Mundial e o pan-gemanismo que arrastou o "kaiser" a uma aventura militarista nos Bálcãs que terminaria, após o atentado em Sarajevo em 1914, evoluindo para um conflito armado em escala mundial. Mas se Hitler gostava mesmo de Wagner - e sobre isto não pairam dúvidas - pelo menos não se pode acusar o tirano de ter tido mau gosto musical. Pelo menos isto... H. Carvalho, Petrópolis - RJ
[Sobre "Beethoven"]
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hamilton carvalho
26/10/2005 às
08h52
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Carne novinha é bom...
Caro: Sobre o fato de o Glauco namorar menina nova o ridículo está na diversidade de mundos em que ambos vivem e não na idade de ambos. Carne novinha é bom e todo mundo gosta. Mas a Globo parece mesmo ter um compromisso com a homossexualidade, que agora está caminhando para ser quase "compulsória" no Brasil. No afã de posar de "progressista" e de discutir o preconceito contra a homossexualdade, a Globo está caindo no outro extremo, a ponto de sutilmente estar começando a surgir no Brasil um outro preconceito contra o qual ninguém fala: o preconceito contra os heterossexuais. Outro dia, o cartunista de um jornal de minha cidade fez uma "charge" notável, em que colocava um papo entre o Júnior e o Tião. O Júnior dizia: "Ih, Tião. Você deve ser 'tarado'. Só pensa em mulher. Nunca pensei que você fosse tão 'careta'". É isto aí. Gostar de mulher hoje é sinônimo de caretice. Será que o pro-homossexualismo global tem a ver com o desregramento em que vivem diariamente os artistas nos estúdios da Globo? Não são poucas as pessoas conhecidas minhas que trabalharam lá e que reafirmam que os bastidores da "utopia" global são piores do que Sodoma e Gomorra. H. Carvalho, Petrópolis - RJ
[Sobre "A novela América e o sensacionalismo de Oprah"]
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hamilton carvalho
26/10/2005 às
08h27
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Melhor Esquecer a Escola
Enquanto o currículo e as demais características das escolas forem determinadas por professores e pedagogos, podemos esquecer qualquer possibilidade de melhoria do ensino. Parafraseando De Gaulle: a educação é algo sério demais para ser deixado nas mãos dos professores.
[Sobre "A difícil arte de viver em sociedade"]
por
Daniel Malaguti
4/11/2004 às
14h21
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Inspiração
Imagino que a Marisa Lajolo deve ter se inspirado no trabalho do Harold Bloom que tem até um livro de título semelhante: "Como e por que ler".
[Sobre "A vida sem computador"]
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Daniel Malaguti
19/10/2004 às
11h54
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Órfãos do Muro de Berlim
Caro LEM,
Sinceramente acredito que o fim do Pasquim ocorreu porque a maioria de seus integrantes são egressos de uma esquerda que se tornou lamentavelmente ultrapassada. Era triste ver um sujeito inteligente como o Fausto Wolff ficar lamentando todas as semanas o fim da utopia petista sem ter a menor coragem de rever suas próprias convicções. Não por acaso o que havia de melhor no Pasquim21 eram as (poucas) colaborações de autores jovens bem como as charges da nova geração de carunistas.
Discordo de você numa coisa: há espaço não sei se no mercado mas ao menos no espectro da Imprensa para uma revista de esquerda moderna, nos moldes da Adbusters canadense. O problema é que o Ziraldo e sua turma são incapazes de fazê-la pois são órfãos do muro de Berlim, saudosos de um tempo que já passou. Construir uma publicação desse tipo com qualidade será tarefa da nove geração de jornalistas e escritores brasileiros. O desafio é termos competência para isso.
[Sobre "Jornalismo político ontem e hoje"]
por
Daniel Malaguti
24/8/2004 às
13h29
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Julio Daio Borges
Editor
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