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Segunda-feira,
8/3/2004
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Vicentina Ramires
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Nudez nem tão escondida
Só hoje, depois de passados mais de dois da publicação desse texto, e do vestibular, tive oportunidade de ver expressos em linhas escritas muitos dos sentimentos que me atormentam como professora de língua e como mãe de vestibulandos. Como professora, a propósito da avaliação restrita que a maioria das provas de língua impõe aos candidatos, tenho orgulho de não estar incluída entre aqueles que desempenham o "papel de professores que não erguem sua voz contra semelhante estreiteza". Triste é vê-los elogiar semelhantes provas sob argumentos de que “o vestibulando está sendo avaliado em sua capacidade de compreender e interpretar textos sob o ponto de vista semântico, estrutural, estilístico e gramatical”: referendam o status quo. Ou seja, diante do rei nu, afirmam que ele está vestido pomposamente de seda. Tenho tentado mostrar, em vários fóruns, a nudez do rei, e, para minha satisfação, já não é pequeno o número de pessoas que agora o vêem assim, desnudo. Mas ainda não é suficiente para mudar o quadro que o autor desse texto sabiamente revela. Como mãe, dói ver filhos criados num ambiente que propicia a reflexão e a crítica do mundo que os abriga e os rodeia serem descartados de um concurso que classifica por meio de "certo" e "errado", basicamente, a despeito de toda a preparação para enfrentar uma das muitas injustiças com que se depararão ao longo de suas vidas. Como mãe, choro. Como professora, luto. É o que posso fazer.
[Sobre "O rei nu do vestibular"]
por
Vicentina Ramires
8/3/2004 às
10h51
200.164.251.129
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Julio Daio Borges
Editor
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