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Segunda-feira,
15/8/2005
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Henrique Martins
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Uma vez escrevi
Uma vez escrevi que um momento seria uma coisa, que toda a gente que sonha faz por acontecer. Um dia alguém descerá do Alto, estenderá a mão e converterá tudo à sua imagem, à sua volta. Escrever para alguém é denunciar um estado de espírito. Em quaisquer das situações, escrever não faz de nós seres incompreendidos, mas, sim, alguém que pode e deve mostrar ao mundo as suas potenciais fraquezas e virtudes. Uma pena e um rasgo de papel são, muitas vezes, a sombra que nos persegue, naqueles momentos, em que a única pessoa em quem confiamos somos nós próprios. Pelo correr de um fio de tinta, soltam-se as palavras, os pensamentos e a ânsia de mostrarmos ao mundo o que nasce e morre dentro de nós. A mim, ensinaram-me, os meus pais, que a vida é uma estrada, um caminho sinuoso, que por vezes temos de atalhar para evitar os buracos e as curvas mais perigosas. Será? Quanto a mim, prefiro que essa estrada seja uma simples folha, acompanhada de meia dúzia de palavras soltas, onde muitas vezes nos refugiamos, dos buracos e das curvas. É uma forma de contornarmos aqueles que não têm paciência para nos ouvir ou cuja inteligência peca por escassa.
[Sobre "Como escrever bem – parte 3"]
por
Henrique Martins
15/8/2005 às
10h44
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Julio Daio Borges
Editor
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