COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Segunda-feira,
4/7/2005
Comentários
Cozete Gelli
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Escrever até ficar bem...
Quase sempre considero que escrevo mal. Seu texto, delicioso, reforçou minha auto-avaliação. Benevolente, penso que hoje escrevo menos mal que ontem. Resta então resistir ao prazer da leitura como forma de lazer, e passar à rigidez do estudo, da análise, da desconstrução dos textos. Que alento. Trabalho, sem dúvida, mas recompensas futuras acenam. Obrigada. Vou agora ler (meticulosamente) a segunda parte de seu texto...
[Sobre "Como escrever bem — parte 1"]
por
Cozete Gelli
4/7/2005 às
02h05
200.227.194.171
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Há esperança
Bom saber que Gullar volta à baila. Há algum tempo que a poesia vinha obtendo status de gênero literário de menor importância para leitores, e de menor apelo comercial para editores. E não há nada melhor para tempos tão ásperos do que poesia. Ainda que o engajamento seja sublimado em detrimento da sensibilidade...
[Sobre "Nas vertigens de Gullar"]
por
Cozete Gelli
9/12/2004 às
12h02
200.168.122.123
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Jornalismo ou Marketing?
Sempre achei que o ofício de escrever releases - e mais abrangentemente, das próprias assessorias de imprensa - pendesse mais para o marketing do que para o jornalismo. Num mundo ideal (e portanto utópico), caberia ao jornalista a função investigativa, a crítica imparcial, o expressar de opiniões isentas de influências. O release é apenas uma ferramenta de marketing, e deveria ser visto tão somente como um panfleto, uma peça de informação que visa promover este ou aquele produto, mesmo que irresistivelmente bem redigido, embalado e pronto para o consumo. Mas isso, só mesmo em um mundo ideal...
[Sobre "Release: subsídio ou substituto?"]
por
Cozete Gelli
27/7/2004 às
12h29
192.168.133.47
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A Foreign Caetano
Acredito, sim, que paira um movimento para tirar de Caetano sua aura de poeta genial. E não há nada de inconsciente nisto. Diz respeito àquilo a que já me referi antes, à tal roda permanente de modismos, onde tudo que é bom vira ruim, e tudo que era ruim vira bom. Para quem (aqui me incluo) não faz a mínima questão de ostentar o rótulo de moderno e antenado na “basic t-shirt” do dia, Caetano é Caetano. Simples (e monocórdico) assim. Vai na contramão da corrente, soltando um “mesmo” quando esperavam “mais”. Regravou Peninha e Odair José, lançou um CD em inglês no momento em que o mundo execra países de língua inglesa. Sua genialidade tornou-se mais macro, mais estratégica. Mas ainda assim, defendo, genialidade. Menos tímido e nada espalhafatoso, resta a Caetano esperar que a roda incessante dos modismos resolva de novo que ele é bom, é moderno, é genial. Que as bacantes da modernidade terminem pois de degluti-lo, devora-lo, para que daqui há um tempo, Caetano possa, novamente, redentoramente, ser digerido.
[Sobre "Digestivo nº 173"]
por
Cozete Gelli
11/6/2004 às
12h18
192.168.133.51
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Literatura e macarrão-com-tudo
Sempre gostei de cozinhar e de escrever. Desconfio que em ambos os ofícios produzo resultados medíocres, porém corretos.
Criei certa vez um prato - não chega a ser uma receita, uma vez que a forma e o conteúdo variam sempre - que apelidei de "macarrão com tudo". Eu era bem mais jovem, e a gororoba servia muito bem para matar a fome pós-balada. Um dia um amigo provou o "macarrão-com-tudo" e disse que eu deveria abrir um restaurante, que aquilo era maravilhoso demais. Creditei o elogio à fome da madrugada e às más disfarçadas intenções do meu amigo de comer não só o macarrão - mas a autora do prato. Com meus escritos não foi diferente - quando tinha coragem de mostrá-los a alguém, choviam elogios, inclusive de um professor que passou a repetir diariamente "você tem que cursar jornalismo, não desperdice este talento..." Os anos passaram... fui a um restaurante caro, aliás um "café" num shopping, para comer a comida-filhote daqueles outros restaurantes carésimos da famiglia... e não é que havia um prato, que muito lembrava meu macarrão-com-tudo das madrugadas pós-balada? Só que tinha a grife da famiglia e custava uma fábula. Assim acontece com a literatura. Aliás, houve mesmo um caso de suicídio do chefe de cozinha de Luís XV, que matou-se ao desconfiar que um jantar de honra que preparara não saíra a contento. Um exagero. Há espaço para big-macs, para pastel de feira, e para os pratos franceses, um tiquinho de comida dentro do prato, enfeitado à exaustão e alçado à categoria de arte. Autores a quem muitos tratarão como iguaria, não passam de gororoba para o autor desta coluna. É tudo questão de gosto, de horário e do tamanho da fome.
[Sobre "O Último Samurai Literário"]
por
Cozete Gelli
19/2/2004 às
08h13
200.234.70.134
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Zeca e pão com mortadela
No círculo incessante dos modismos, tudo que é in vira out, tudo que é up um dia é tachado como down. Foi assim com as havaianas, com o fusca, com o pastel de feira, com a mortadela. E é assim com Zeca Pagodinho. Desconfio que exista um submundo, os tais "antenados", que elenquem todas as coisas ou pessoas em baixa para lançá-las como "cult" no tempo apropriado. Foi assim com Zé do Caixão. Até Clodovil está sendo exumado por Alexandre Herkovitch. Imagino que estes "muderrnos" passem uma hora de seu dia pensando nas coisas "de raiz", nas "brasilidades" que possam desenterrar. Para a gente é bom, porque não precisa mais omitir que a-do-ra pastel de feira, sempre adorou. Não precisa esconder o CD do Zeca Pagodinho embaixo daquele da Marisa Monte, do outro da Adriana Calcanhoto. Dá uma liberdade danada assumir uma certa breguice de vez em quando. É confortável, assim como as havaianas são mais confortáveis para os pés e para o bolso que as "manolos" americanas. É claro que sempre irão existir os intelectuais preferindo mussarela de búfala e rúcula no seu ciabata (comprado, claro, numa boulangerie). Enquanto a gente come divertidamente nosso pãozinho com mortadela, ali mesmo na padaria da esquina...
[Sobre "Digestivo nº 161"]
por
Cozete Gelli
19/2/2004 às
08h13
200.234.70.134
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Necessidade de aparecer
De verdade, nunca tive saco para ler estes tais blogs, embora para todo lado você se depare com comentários - reais ou virtuais - sobre eles.
Para mim, são um tipo de doença típica da realidade, aí sim, bem semelhante aos reality shows. Todo mundo quer aparecer, todo mundo quer ser elogiado, visto, comentado. A Sabrina quer mostrar o peito na Playboy, a Fernanda Young se esfalfela para se mostrar diferente e culta/cult no Saia Justa, a Malu Mader faz um esforço danado para reunir jornalistas e dizer: a mídia me persegue, quero sossego...
Os blogueiros não tem bunda para mostrar, nem cacife para bancar uma boa assessoria de imprensa, então escrevem tudo o que podem - nem sempre o que devem - nestas porcarias virtuais.
É o jornalzinho da classe, mimiografado, finalmente revisitado e colocado a disposição de todos (que tiverem tempo e paciência...)
[Sobre "A internet e os blogs"]
por
Gelli
22/5/2003 às
21h57
200.177.192.136
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Julio Daio Borges
Editor
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